Vicente Coelho de Seabra Telles: O Químico

Então, Vicente Coelho de Seabra Telles era um Químico que nasceu por volta de 1764 em Congonhas do Campo (Minas Gerais). Assim, após terminar os estudos secundários no Brasil, veio para Coimbra em 1783 para estudar Medicina. Além disso, ele obteve o grau de Bacharel em Filosofia e Matemática em 1786, curso que correspondia aos primeiros quatro anos da formação em Medicina, cujo grau obteve em 1791.

Neste mesmo ano ele passou a ser reponsável com demonstrador na cadeira de Química e Metalurgia, na Faculdade de Filosofia e obteve o doutoramento em Filosofia. Então, em 1793 foi nomeado lente substituto de Química e Metalurgia, em 1795 foi nomeado lente substituto das cadeiras de Botânica e Zoologia e em 1801. Depois, em 1789 era membro correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa. Além disso, em 1791 tornou-se membro associado e em 1798 foi promovido a membro efetivo.

Desde muito cedo se dedicou à investigação química, ainda como estudante em Coimbra, e em 1787 já tinha publicado uma memória intitulada Dissertação sobre a Fermentação em Geral, e suas espécies. Todavia, ele morreu em 1804, pouco antes de fazer 40 anos.

Obras

  • Dissertação sobre a Fermentação Geral e suas espécies, Coimbra, 1787.
  • Elementos de Chimica offerecidos à Sociedade Litteraria do Rio de Janeiro, Coimbra, 1788-1790.
  • Dissertação sobre o Calor, 1788.
  • Nomenclatura Chimica Portugueza, Franceza e Latina a que se junta o systema de characteres chimicos adaptados a esta nomenclatura por Hassenfratz e Adet, Lisboa 1801, uma tradução e adaptação para língua portuguesa da nomenclatura química de Lavoisier e seus colaboradores. Então, adotou-se a terminologia química de Seabra e manteve-se até hoje com algumas pequenas modificações.
  • Apresentou algumas memórias na Academia das Ciências de Lisboa, que foram publicadas pela Academia das Ciências de Lisboa em diversos volumes de Memórias, nomeadamente: “Memória sobre a Cultura do Rícino ou Mamona”, 1791; “Memória sobre o Método de Curar a Ferrugem das Oliveiras”, 1792; “Memória sobre a Cultura das Vinhas e Manufactura do Vinho”; “Memória em que se dá notícia das diversas espécies de Abelhas que dão Mel, prórpias do Brasil e desconhecidas na Europa”, 1799; “Memória sobre a Cultura do Arroz em Portugal e suas Conquistas”, 1780; “Memória sobre os Prejuízos causados pelas Sepulturas dos Cadáveres nos Templos e o Método de os Prevenir”, Lisboa, 1801.
  • História, e Cura das Enfermidades mais usuaes do Boi, e do Cavalo, 2 vols., Lisboa, 1802, tradução do livro de Francisco Toggia.

Principais contribuções científicas

  • Vicente Coelho Seabra destacou-se na Química tendo sido um dos primeiros introdutores e difusores em Portugal da nomenclatura e da química pneumática de Lavoisier (1743-1794). Dessa forma, em 1788 já tinha publicado o primeiro volume dos seus Elementos de Chimica, um ano antes do Traité Élémentaire de Chimie de Lavoisier. Assim, neste texto revela claramente a sua adesão à nova Química de Lavoisier, o que lhe valeu algumas críticas e contestação por parte dos defensores das teorias químicas então mais difundidas.
  • Entre as suas contribuições mais significativas, a sua obra Elementos de Chimica, foi oferecida à Sociedade Litteraria do Rio de Janeiro, para uso de um curso de Química. Embora publicada em Coimbra, o que é um facto estranho numa altura em que na Universidade de Coimbra se procurava elaborar um compêndio para o Curso de Química, conforme estabelecia o texto da Reforma universitária, tendo-se prolongado uma discussão sobre o melhor compêndio a utilizar, que continuou a ser de autores estrangeiros até muito tarde.
  • Importante para a implantação das novas ideias em Química é também a sua obra Nomenclatura Chimica Portugueza, Franceza e Latina a que se junta o systema de characteres chimicos adaptados a esta nomenclatura por Hassenfratz e Adet, publicada em 1801, e que adapta para língua portuguesa as propostas de nomenclatura apresentadas pelos químicos franceses, as quais viriam a ser adoptadas pelos químicos portugueses.

    Para além da Química fez estudos relativos

  • à Agricultura e à Higiene, apresentados e publicados nas Memórias da Academia das Ciências de Lisboa.Texto de Fernando Reis publicado no site Ciência em Portugal (link)
  • COSTA, A. Amorim da, “A Univesidade de Coimbra na vanguarda da química do oxigénio”, in Desenvolvimento da Ciência em Portugal, Lisboa, Academia das Ciências, 1986, vol. I, pp. 403-416.
  • COSTA, A. Amorim da, “Da natureza do fogo e do calor na obra de Vicente de Seabra (1764-1804)” in Universidade(s). História. Memória. Perspectivas. Actas do Congresso História da Universidade, Coimbra, 1991, vol. I, pp. 137-151.
  • COSTA, A. Amorim da, Primórdios da Ciência Química em Portugal, Lisboa, I. C. L. P., 1984.
  • GOUVEIA, A. J. Andrade, “Vicente de Seabra e a Revolução Química em Portugal”, in História e Desenvolvimento da Ciência em Portugal, Lisboa, Academia das Ciências, 1986, vol. I, pp. 335-351.
  • GOUVEIA, A. J. Andrade, “Químico Esclarecido Luso-Brasileiro, Vicente de Seabra (1764-1804)”, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, 21, 1976-1977, pp. 7-35.
  • GOUVEIA, A., J. Andrade, “Breve Notícia de Apresentação”, in SEABRA E TELLES, Vicente Coelho, Elementos de Chimica, Coimbra, Univ. de Coimbra, 1985 (Reprodução fac-similada), pp. VII-XII.
  • SILVA, Inocencio da, ARANHA, Brito, Diccionario Bibliographico Portuguez, Lisboa, Imprensa Nacional, T. VII, pp. 422-423.

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O Litio e José Bonifácio

Considerações finais

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