O lítio é o único elemento que controla a loucura

transtorno bipolar

O lítio é o único elemento que controla a loucura teve sua descoberta quase por acaso. Vale a pena você ler este post para descobrir mais sobre o assunto.

Nos últimos tempos, mais e mais pessoas se declaram que tem transtorno bipolar. Então, com a melhoria dos diagnósticos essa doença vem sendo detectada cada vez mais cedo. Assim, é muito você ouvir pessoas se declarem que tem transtorno bipolar desde a infância.

Por outro lado, existe muitas pessoas que descobrem a doença já mais velhos. Bom, você pode adicionar também que essas pessoas são ansiosas e geralmente tem síndrome do pânico.

Essa doença para muitos pais não é nada fácil e, muitas vezes, tomam atitudes drásticas, por exemplo, eles trancam os seus filhos. Então, existem portadores dessa doença que se tratam também, alguns declaram que ficam até dois meses trancados.

Como começou o lítio para tratar doenças mentais

Bom, no século XIX começou-se a utilizar o lítio para fins terapêuticos, principalmente para tratamento de gota e litíase. Então, só quem tem gota sabe das dores que ela causa. Você já imaginou a dor se espalhando pelas articulações e pelo corpo. A dor é tanta que o portador da gota tem que procurar um pronto socorro. Tudo ocorre pelos altos níveis de ácido úrico, muitas vezes causados quando a pessoa come feijão, por exemplo.

Mas, voltando para o lítio em 1949 o médico John Cade trabalhando com pessoas com depressão, mania e esquizofrenia verificou que seus pacientes com essas doenças respondiam muito bem ao tratamento com lítio.

No post “Como é a relação do lítio e a psiquiatria” nós mostramos a você como ocorreu a descoberta do lítio no tratamento de doenças mentais. Vá para descobrir mais detalhes sobre esse assunto.

A partir da descoberta de que o lítio era uma boa opção para o tratamento de doenças mentais muitos outros pesquisadores passaram a estudar esse elemento. No post “A linha de tempo psiquiátrico do lítio” nós apresentamos a timeline abaixo. Agora para entender mais recomendamos que você vá no post.

O lítio em refrigerante 7-Up

Em 1929 Charles Leiper Grigg inventou um refrigerante em 1929 chamado “Bib-Label Lithiated Lemon-Lime Sodas” para concorrer com cerca de 600 outros refrigerantes de limão e lima. Então, a nova bebia vendeu muito bem.

Então, o grande diferencial dessa bebida é que ela continha citrato de lítio, uma droga que estabilizava o humor. Na época em que se inventou a bebida existiam muitos medicamentos patenteados a base de citrato de lítio e que o próprio Grigg sabia que afetava o humor.

Quero chamar a sua atenção de que utilizou-se o citrato de lítio por muitas décadas para o tratamento psiquiátrico de estados maníacos e transtorno bipolar e como uma suposta cura para a ressaca na época.

Cenas do consumo do 7Up por crianças

7 up refrigerante com lítioCitrato de lítio (Li3C6H5O7) é um composto químico de lítio que estabilizador o humor no tratamento psiquiátrico de estados de mania e distúrbio bipolar de modo similar ao carbonato de lítio. Citrato de lítio é vendido comercialmente com os nomes de Litarex® and Demalit®.

A bebida a base de lítio ganhou destaque até no The New York Times, onde a professora da Universidade de Cornell, Anna Fels, escreveu: “As bebidas de lítio estavam em grande demanda por suas propriedades saudáveis, tanto que o elemento foi adicionado a bebidas comerciais.

Então, 7-Up foi originalmente chamado Bib-Label Lithiated Lemon-Lime Soda e continha citrato de lítio. Na verdade, acredita-se que Grigg sugeriu que o 7 em 7-Up se refere à massa atômica do lítio. (Talvez o “Up” se referisse ao humor?).” 

Grigg encurtou o nome para “7-Up Lithiated Lemon-Lime” e acabou chamando-o de 7-Up. Ele mudou o nome de sua empresa de “Howdy” para “The Seven Up Corporation” e na década de 1940, 7-Up foi o terceiro refrigerante mais vendido no mundo.

O governo dos Estados Unidos da América proibiu o uso de citrato de lítio em refrigerantes em 1948. Assim, 7-Up saiu do mercado.

Terapia por íon de lítio (carbonato de lítio) como funciona?

A princípio, o carbonato de lítio, Li2CO3, é um composto iônico relativamente simples. Todavia, seu comportamento, porém no corpo humano é complexo e, ainda, algo misterioso. Além disso, considera-se o carbonato de lítio como a droga mais efetiva para tratar a doença maníaco-depressiva. Dessa forma, as pessoas que sofrem desta doença tendem a ficar fortemente superativas ou profundamente deprimidas por semanas ou meses.

A princípio, o carbonato de lítio acalma o paciente durante a crise maníaca e parece ajudar a controlar as flutuações de ânimo. A maneira como a droga atua no corpo não é ainda bem conhecida. Sabe-se que sinais são transmitidos no sistema nervoso através de um processo que depende de um balanço entre os íons de sódio e de potássio.

Em princípio, os íons de lítio, provenientes de carbonato de lítio, podem também afetar o modo como as células nervosas se comunicam. Usada há mais de 10 anos, a terapia por lítio já poupou cerca de quatro bilhões de dólares, com base no custo de tempo de trabalho perdido e no custo de tempo de trabalho perdido e no custo de métodos anteriores de tratamento.

Nova ação do lítio em pacientes bipolares

O que se sabe sobre os efeitos terapêuticos do lítio é que ele consegue normalizar os níveis de íons sódio e cálcio das células pela interação com os neurotransmissores o que altera a sinalização celular.

Uma hipótese comum para explicar como isso acontece é competindo com íons de magnésio por sítios de ligação em proteínas específicas do corpo. As últimas pesquisas de  Car may Lim da Academia Sinica em Taiwan, e seus colaboradores, revela que íons de lítio podem competir com íons de sódio por sítios de ligação de sódio em proteínas de transdução de sinal, como transportadores de neurotransmissores e receptores acoplados à proteína G.

Esses resultados sugere um novo modo de ação terapêutica para o lítio além de promover mais pesquisas sobre os efeitos colaterais causados pelo lítio. Os efeitos colaterais da droga de lítio, incluindo vômitos, ganho de peso e memória prejudicada, são de fato um problema e podem desencorajar os pacientes de usar essa droga. Os cientistas ao saber exatamente o que o lítio está fazendo, possibilitará o desenvolvimento de novas drogas  mais específicas e, idealmente, mais eficazes, com menos efeitos colaterais.

Fonte

The Vantage News

L T Dudev, K Mazmanian e C Lim, Chem. Sci. 2018, DOI: 10.1039 / c7sc05284g

 

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