Kekulé o homem que idealizou o benzeno

perigo do benzeno

Então, a história que você ler nos livros didáticos mostra que a estrutura proposta por Kekulé se baseia simplesmente em uma cobra mordendo o seu rabo e girando. Bom, a verdade não bem assim. Porque, a estrutura química proposta por kekulé teve pelo menos três fases:

  1. A conceituação do benzeno como uma estrutura química com seis átomos de carbono com três ligações duplas e a fórmula C6H6
  2. Uma descrição mais detalhada de uma estrutura cíclica com três ligações duplas alternadas. E que  cada átomo de carbono tem uma estrutura trivalente
  3. O sonho da cobra e continuamente referenciada nos livros didáticos como única.

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Em princípio, os trabalhos de Kekulé preencheu uma nova lacuna na química orgânica. Ou seja, o aumento do grande número de compostos aromáticos aumentou o interesse da comunidade científica da época.

Dessa forma, um bom número de químicos jovens e talentosos decidiram acompanhar as ideias de Kekulé. Porque na época havia um vácuo conceitual nos novos compostos descoberto. Além disso, seus postulados mostraram uma boa consistência. Assim, as evidências empíricas disponíveis e o arcabouço teórico na época permitiram explicar a estruturas químicas dos compostos orgânicos.

Em 1860, Kekulé era o único especialista em benzeno

Deve ser mencionado que na década de 1860, Kekulé não era o único especialista que se dedicava a investigar as propriedades estruturais do benzeno. Na Universidade de Viena, por exemplo, havia o químico austríaco Josef Loschmidt (1821-1895) que foi o primeiro a relatar uma estrutura cíclica do benzeno. No entanto, o trabalho de Loschmidt não teve impacto na comunidade científica da época.

Por outro lado, alguns autores afirmam que a famosa experiência de Kekulé vendo uma cobra mordendo a cauda era a chave para elucidar a estrutura do benzeno. Bom, essa fala de Kekulé se popularizou  em 1890, quando a Sociedade de Química Alemã o homenageou pela publicação sobre a química de compostos aromáticos.

Em 1890, Kekulé foi homenageado pela Sociedade de Química Alemã

Hoje existem diferentes versões desta anedota, algumas até pouco irresponsáveis por pseudociência. Portanto, o sonho da cobra é verdadeiro, ele apenas serviu como um guia do árduo conhecimento teórico e empírico que Kekulé tinha sobre o benzeno. Todavia, não podemos sustentar que os compostos aromáticos de Kekulé sejam fruto do acaso ou inspiração de sonhos.

Apesar de Kekulé desde 1862 contemplar a possibilidade do benzeno ter uma estrutura cíclica, em seu primeiro artigo sobre compostos aromáticos, publicado em 1865, ele adotou o conhecimento da época sobre o assunto. Ou seja, ele descreveu o benzeno como um núcleo fechado de seis átomos de carbono altamente insaturados. Ele não usou o que sabia sobre benzeno porque as evidências de um ciclo aromático por causa do trabalho de Albert Ladenburg (1842-1911) e Wilhelm Körner (1839-1925).

Primeira vez que a estrutura de Kekulé do benzeno aparece em revista científica

Em 1866, Kekulé publicou em grande revista alemã pela primeira vez o seu modelo cíclico de benzeno. No artigo publicado por Kekulé, além de oferecer uma explicação mais apurada da química dos compostos aromáticos, ele usou evidências experimental para defende sua proposta do ciclo aromático. 

Assim, Kekulé sabia que estava abrindo um novo caminho no campo da química orgânica e se limitou a qualificar sua proposta como uma formulação elegante de uma nova teoria.

Fonte:

Só Química

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