Podemos mostrar a importância do ácido fólico na gravidez por alguns fatos. O ácido fólico é necessário para diversas funções, como:
- Manter a saúde do cérebro, prevenindo problemas como depressão, demência e Alzheimer, já que o ácido fólico participa da produção de dopamina e de noradrenalina, neurotransmissores que ajudam a melhorar a concentração, a memória e a motivação.
- Participar na formação do sistema nervoso do bebê para prevenir problemas graves, como a espinha bífida e a anencefalia na criança.
- Prevenir a anemia, pois estimula a formação de células do sangue, por exemplo hemácias, plaquetas e glóbulos brancos.
- Manter a saúde da pele e dos cabelos, pois o ácido fólico é um dos responsáveis pelo crescimento e manutenção da saúde da pele e dos cabelos.
- Prevenir alguns tipos de câncer, por exemplo, cólon, pulmão, mama e pâncreas, pois o ácido fólico previne alterações malignas nas células.
Podemos começar este post com a seguinte pergunta: Por que países como Estados Unidos, Reino Unido e a América do Sul fortificam farinhas como ácido fólico?
Para responder a essa pergunta, vamos começar com a (bio)química do ácido fólico. Primeiramente, o ácido fólico é um composto produzido pelo corpo humano, sendo conhecido como vitamina B9 (folato). Nossos corpos fazem várias coisas com o ácido fólico que obtemos de nossos alimentos. Nossas células precisam dele para fazer DNA e outro material genético, além de desempenhar papel importante na criação de novos glóbulos vermelhos. Embora, esses papéis sejam sem dúvida importantes, são as razões relacionadas à gravidez que estão por trás de sua adição a alguns alimentos.
No primeiro mês de gravidez, muitas estruturas importantes começam a se formar, por exemplo cérebro e a medula espinhal do feto. Ambos começam como o tubo neural, o precursor do que se tornará nosso sistema nervoso central. Além disso, o tubo neural começa como um sulco e depois se dobra para formar um tubo fechado.
Na maioria das gestações, o fechamento do tubo neural ocorre sem problemas. Mas, em um pequeno número de gestações, ocorrem defeitos do tubo neural. A princípio, esses defeitos acontecem quando o tubo neural não fecha corretamente, deixando uma abertura na coluna vertebral ou no crânio. A localização e o tamanho da abertura determinam o tipo de defeito neural. Esses defeitos fazem com que os bebês nasçam mortos ou tenham deficiências para o resto da vida.
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Para a suplementação de ácido fólico na gravidez podem ser usados vários alimentos, por exemplo espinafre, nozes, sementes e frutas. Além das fontes naturais, alguns alimentos podem ser enriquecidos com ácido fólico, incluindo farinha, cereais, arroz e macarrão. Particularmente, o enriquecimento com farinha com ácido fólico já está presente em mais de 60 países em todo o mundo, como a maior parte da América do Sul, Canadá, Austrália e Indonésia.
Nos Estados Unidos, por exemplo, enriquece-se a farinha com 140 microgramas de ácido fólico por 100 gramas de farinha desde 1998. Atualmente, estima-se que aqueles países que enriquecem a farinha houve uma queda de 46% na incidência de defeitos do tubo neural. Infelizmente, nos países europeus a implementação de ácido fólico sé teve início nos anos 2000. Isso porque havia um medo de uma ligação entre a suplementação de ácido fólico e alguns tipos de câncer. Todavia, pesquisas não mostraram uma relação do uso da suplementação do ácido fólico com o câncer.
Por outro lado, a quantidade de ingestão diária recomendada do ácido fólico varia de acordo com a idade e a deficiência da vitamina pode gerar problemas de saúde, como derrame, anemia, depressão, doença de Alzheimer e alguns tipos de câncer.
Quantidade recomendada de ácido fólico
A quantidade de ácido fólico presente nos alimentos que se deve consumir por dia varia de acordo com a idade e se a mulher está grávida ou amamentando:
- 0 a 6 meses: 65 mcg;
- 7 a 12 meses: 80 mcg;
- 1 a 3 anos: 150 mcg;
- 4 a 8 anos: 200 mcg;
- 9 a 13 anos: 300 mcg;
- 14 anos ou mais: 400 mcg;
- Mulheres grávidas: 600 mcg;
- Mulheres amamentando: 500 mcg.
A tabela a seguir mostra a quantidade de ácido fólico para cada 100 g dos alimentos:
Alimentos ricos em ácido fólico | Ácido fólico |
---|---|
Levedo de cerveja | 683 mcg |
Quiabo cozido | 88 mcg |
Feijão-preto cozido | 444 mcg |
Espinafre cozido | 146 mcg |
Soja verde cozida | 111 mcg |
Macarrão cozido | 84 mcg |
Amendoim torrado sem sal | 66 mcg |
Beterraba crua | 110 mcg |
Fígado de boi grelhado | 253 mcg |
Fígado de galinha grelhado | 560 mcg |
Nozes | 66 mcg |
Avelã | 73 mcg |
Couve de Bruxelas cozida | 110 mcg |
Aspargos | 149 mcg |
Castanha de caju | 68 mcg |
Semente de girassol | 97 mcg |
Patê de fígado de galinha | 321 mcg |
Pão francês | 113 mcg |
Feijão fradinho cozido | 210 mcg |
Rúcula | 97 mcg |
Milho cozido | 75 mcg |
Além dos alimentos naturalmente ricos em ácido fólico, enriquece-se, desde 2004, alguns alimentos com a vitamina no Brasil, como a farinha de trigo e a farinha de milho, que devem conter o mínimo de 150 mcg de ácido fólico em cada 100 g de alimento.
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