O carvão um fonte de eletricidade e poluição

Usina elétrica de carvão

A Covid-19 fez com que praticamente o mundo ficasse aprisionado em casa para evitar a pandemia. Esperava-se que as reduções de emissão de dióxido de carbono e outros gases poluentes fossem reduzidas. Por outro lado, aumentou enormemente a demanda por energia elétrica.

Sendo assim, o mundo se esbarra numa necessidade que vem sendo discutida que é o aumento da produção de energia limpa. Todavia, ainda não há energia limpa suficiente para atender à demanda mundial crescente. Neste contexto, a demanda global de eletricidade subiu 5% acima dos níveis pré-pandêmicos nos primeiros seis meses de 2021. Com essa demanda houve a necessidade de voltar produção de eletricidade a partir de mais carvão.

Como resultado, as emissões de gases poluente aumentaram consideravelmente em 2021 devido a demanda por eletricidade. Somente a China foi responsável por 90 por cento do aumento na demanda de eletricidade e a maior parte do aumento no carvão.

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Infelizmente, existem cerca de 8.500 usinas elétricas de carvão em operação em todo o mundo. Com mais de 2.000 gigawatts de capacidade, eles geram mais de um terço de toda a eletricidade. Com isso, as usinas a carvão produzem um quinto das emissões globais de gases de efeito estufa – mais do que qualquer outra fonte isolada. Muito embora, o corte de emissões tenha se tornado uma prioridade global, mais de 300 novas usinas a carvão deverão entrar em operação nos próximos anos.

A verdade é que muitas economias principalmente de paises emergentes e em desenvolvimento estão experimentando um rápido crescimento na demanda por eletricidade. Por causa disso, fontes de energia renováveis, como solar e eólica, estão florescendo em muitas regiões. Assim, o seu crescimento ainda não é rápido o suficiente para acompanhar a demanda de eletricidade em escala mundial. Isso, então, significa que o carvão ainda é frequentemente utilizado para preencher a necessidade energética.

Os poluentes produzidos pelo carvão

Quando o carvão é queimado para gerar eletricidade, são liberados no ar poluentes que representam sobretudo uma ameaça à saúde humana, além de serem responsáveis por muitas mortes prematuras. Como os poluentes viajam milhares de quilômetros, a poluição do carvão é um problema de longo alcance. Os poluentes provenientes do carvão incluem principalmente material particulado (PM), dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx).

O setor de energia está entre os principais contribuintes para a poluição do ar. De acordo com Dados de Emissões Atmosféricas da OCDE, 44% do total de SO2 e 14% do total de emissões de NOx em 2018 vem do carvão. Entre os países membros da Agência Europeia do Meio Ambiente (EEA), isso é ainda um pouco maior: eletricidade e a produção de calor é responsável por 54% das emissões de SO2 e 16% das emissões de NOx, segundo dados da AEA.

Qual a poluição atmosférica que uma usina de eletricidade a carvão produz?

De acordo com a Union of Concerned Scientists, em um ano médio, uma usina de carvão típica (500 megawatts) gera as seguintes quantidades de poluentes atmosféricos:

  • 3,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), quantidade equivalente à derrubada de 161 milhões de árvores. A poluição por CO2 é a principal causa humana do aquecimento global e das mudanças climáticas.
  • 1000 toneladas de dióxido de enxofre (SO2), que causa chuva ácida e forma pequenas partículas transportadas pelo ar que podem causar danos principalmente aos pulmões, doenças cardíacas e outras doenças.
  • 200 toneladas de óxidos de nitrogênio (NOx), o equivalente a meio milhão de carros de último modelo. O NOx leva à formação de smog, que inflama o tecido pulmonar e aumenta a suscetibilidade a doenças respiratórias.
  • 500 toneladas de pequenas partículas transportadas pelo ar, que podem causar bronquite, redução da função pulmonar, aumento do número de internações em hospitais e emergências e morte prematura.
  • 220 toneladas de hidrocarbonetos, que contribuem para a formação de smog.
  • 720 toneladas de monóxido de carbono (CO), que causa dores de cabeça e coloca estresse adicional em pessoas com doenças cardíacas.
  • 77 kg de mercúrio. 1/70 de uma colher de chá de mercúrio depositado em um lago de 25 acres pode tornar o peixe inseguro para comer. O mercúrio também causa principalmente dificuldades de aprendizagem, danos cerebrais e distúrbios neurológicos.
  • 102 kg de arsênico, que leva ao câncer em 1 em cada 100 pessoas que bebem água contendo 50 partes por bilhão.
  • 52 kg de chumbo, 2 kg de cádmio e outros metais pesados tóxicos. Esses metais tóxicos podem se acumular sobretudo no tecido humano e animal e causar sérios problemas de saúde, como retardo mental, distúrbios de desenvolvimento e danos ao sistema nervoso.

Fonte:

Ember

Global Energy Monitor

IEA

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