Entenda a toxicidade do arsênio e suas aplicações

O arsênio é um elemento químico pertencente à família dos semimetais (ou metaloides) que se localiza no grupo 15 da tabela periódica. Seu símbolo químico é As e tem número atômico 33. Além disso, o homem o conhece desde a antiguidade e ele ocorre naturalmente na crosta terrestre.

Então, o arsênio é um sólido de cor cinza metálico, mas pode ter outras formas alotrópicas, como o amarelo e o preto. Por outro lado, ele é altamente tóxico para organismos vivos, incluindo seres humanos, mesmo em pequenas quantidades.

A princípio, o envenenamento por arsênio pode ocorrer através da ingestão, inalação ou contato dérmico com compostos de arsênio. No entanto, ele tem diversas aplicações ao longo da história. Por exemplo, como ligas metálicas, indústria de semicondutores, preservação de madeira, medicina e indústria de vidro.

Nesse artigo, vamos mostrar a toxicologia, aplicação e participação do arsênio como elemento de guerra.

A toxicologia do arsênio

A toxicologia do arsênio refere-se ao estudo dos efeitos tóxicos que este elemento químico pode causar em organismos vivos, incluindo seres humanos. Então, o arsênio é um elemento naturalmente presente na crosta terrestre. Mas também as atividades industriais, de mineração e uso de pesticidas pode liberá-lo para o meio ambiente.

Em princípio, existem duas principais formas de arsênio: o arsênio inorgânico e o arsênio orgânico. Então, considera-se o arsênio inorgânico mais tóxico do que o orgânico. Além disso, você pode encontrá-lo em solos, águas subterrâneas e alimentos. Por outro lado, o arsênio orgânico é comum em peixes e mariscos.

Toxicidade do Arsênio

Existem dois efeitos de intoxicação do arsênio: agudos e crônicos

Efeitos agudos: A exposição aguda ao arsênio pode causar sintomas imediatos, como náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia e danos aos nervos periféricos. Em casos extremos, a intoxicação aguda pode levar à morte.

Efeitos crônicos: A exposição crônica ao arsênio, mesmo em níveis baixos, pode levar a problemas de saúde a longo prazo. Estes incluem:

  • Câncer: Considera-se o arsênio um carcinógeno humano, sendo associado a um maior risco de câncer de pele, pulmão, bexiga e outros órgãos.
  • Problemas cardíacos: O arsênio pode levar a alterações nos vasos sanguíneos e no coração, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
  • Danos ao sistema nervoso: A exposição crônica pode causar danos aos nervos, resultando em dormência, formigamento e fraqueza muscular.
  • Problemas respiratórios: Pode causar irritação nos pulmões e aumentar o risco de doenças respiratórias, como bronquite e pneumonia.
  • Danos à pele: Pode levar ao desenvolvimento de lesões cutâneas, como hiperpigmentação e queratose.

Regulamentação

Devido aos riscos à saúde humana, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e outras agências reguladoras estabeleceram limites para a quantidade de arsênio permitida na água potável e em certos produtos. Dessa forma, essas regulamentações visam minimizar a exposição ao arsênio e proteger a saúde pública.

Então, é essencial evitar a exposição ao arsênio sempre que possível e tomar precauções adequadas, especialmente quando se lida com fontes potenciais de contaminação, como certos produtos químicos, águas subterrâneas contaminadas e alimentos cultivados em solos contaminados.

Mas, se houver suspeita de exposição ao arsênio e surgirem sintomas de intoxicação, é importante buscar atendimento médico imediatamente.

O arsênio na guerra química

Então, ao longo da história, o homem utilizou o arsênio em guerras químicas. Mas, felizmente, a comunidade internacional restringiu o seu uso. Assim, o Protocolo de Genebra de 1925 proibiu o uso de gases venenosos e armas químicas na guerra, incluindo o arsênio e outras substâncias tóxicas.Durante a Primeira Guerra Mundial, utilizou-se o arsênio como um dos componentes dos gases venenosos lançados nas trincheiras para causar danos aos soldados inimigos. No entanto, após a guerra, ficou evidente o terrível efeito que essas armas químicas causaram, levando à proibição internacional de seu uso.

Desde então, a comunidade internacional trabalha para controlar e eliminar o estoque de armas químicas existentes e evitar o desenvolvimento e uso de novas armas químicas. O órgão principal responsável por isso é a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), criada em 1997 para implementar a Convenção sobre Armas Químicas (CWC). A CWC proíbe o desenvolvimento, a produção, o armazenamento e o uso de armas químicas e estabelece medidas para a destruição dessas armas.

Em princípio, devido à sua alta toxicidade e disponibilidade, considera-se o arsênio uma substância perigosa. Dessa forma, a sua manipulação tem controles rigorosos para evitar seu uso como armas químicas. Então, a proibição dessas armas é fundamental para a proteção da humanidade e para manter a paz e a segurança globais.

Aplicações do arsênio

Então, o arsênio tem uma variedade de aplicações em diferentes setores, mas devido à sua toxicidade se restringe o seu uso. Mesmo assim, colocamos para você algumas das aplicações do arsênio:

  • Ligas metálicas: utiliza-se o arsênio em algumas ligas metálicas para melhorar suas propriedades, como a resistência à corrosão e a dureza. 

  • Indústria de semicondutores: utiliza-se o arsênio na indústria eletrônica e de semicondutores. O arseneto de gálio (GaAs), por exemplo, é um semicondutor usado em dispositivos eletrônicos de alta frequência, como transistores de micro-ondas e em diodos a laser.

  • Medicina (antimônio): Embora o arsênio tenha historicamente uso na medicina principalmente para tratar certas condições, como a sífilis, seu uso diminuiu significativamente por causa dos efeitos tóxicos.

  • Pesticidas: Utiliza-se o arsênio em alguns pesticidas, como o arsênio de chumbo, para controlar pragas agrícolas. No entanto, esses produtos tem uso restrito ou proibido em muitos países por causa dos riscos ambientais e de saúde.

  • Indústria de vidro: O óxido de arsênio (arsênio trióxido) é usado em pequenas quantidades na indústria de vidro para melhorar a estabilidade e refração do vidro.

Considerações finais

Então, o assunto “Entenda a toxicidade do arsênio e suas aplicações” foi interessante? Dessa forma, você tem que acessar mais posts sobre os elementos químico, por isso convidamos você a acessar a seção da tabela periódica aqui no Clube da Química. Acesse ai.

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