O mercúrio: os dois lados da história. Mas afinal de contas quais são os dois lados da história do mercúrio? Para entender essa história devemos aprender que o nome mercúrio significa água prateada que uma alusão ao deus romano Mercurius. Então, para os romanos Mercuris era o mensageiro de júpiter; ou seja, o Deus do comércio. Por outro lado, o seu nome homenageia o planeta Mercúrio. Então, esse elemento foi do céu ao inferno, desde sua descoberta até os dias atuais.
Se você acessar o post “qual família do elemento químico mercúrio” descobrirá que esse metal de transição é o terceiro elemento da décima segunda coluna da tabela periódica. Além disso, você saberá que encontramos o mercúrio em minérios, por exemplo, cinábrio, estonita viva e corderoita. Então, o mineral mais conhecido do mercúrio é o cinábrio. Por ser líquido a temperatura ambiente, explorou-se o mercúrio por séculos.
Se gosta de palavras cruzadas, acesse a Revista mercúrio que você aprenderá mais sobre o mercúrio só que se divertindo.
O lado bom do mercúrio
No post “mercúrio: o início de sua trajetória histórica” mostro a você que há 500 aC utiliza-se o mercúrio para formar amálgama com outros metais (acesse para saber mais, vale a pena). Além disso, no post “mercúrio um agente no tratamento de doenças” você constatará que o mercúrio tinha outras aplicações, por exemplo:
- Os gregos usavam mercúrio em pomadas
- Os romanos o utilizavam em cosméticos, creme e pomadas
- Utilizavam o mineral cinábrio como corante.
- Para tratar diversas doenças, como reumatismo, disenterias, cólicas etc.
- Por um tempo foi considerado afrodisíaco,
- Utilizado para se livrar de piolho e sarnas.
Bom, durante muito tempo o mercúrio estava presente em uma série de produtos, por exemplo:
- Lâmpadas
- Pilhas
- Termômetros
- Esfigmomanômetros
- Amálgama odontológicas
No caso dos termômetros e esfigmomanômetros, o mercúrio estava sempre presente lá dentro do tubo de vidro. Assim, a história do mercúrio no termômetro começou com o alemão Daniel Gabriel Fahrenheit. Se você acessar o post “A participação do mercúrio nas medidas” que o alemão tinha obsessão para desenvolver um dispositivo para medir a temperatura e acabou desenvolvendo o termômetro.
O lado mal do mercúrio
Então, os perigos do mercúrio só começaram a ser reconhecido somente em 1557, quando o francês Jean Fernel, descobriu os primeiros sintomas atribuídos à contaminação por mercúrio. Em princípio, o mercúrio, mais precisamente o metilmercúrio, causa disfunções do sistema nervoso central, dormência em braços e pernas, visão nebulosa, letargie e irritabilidade. Dessa forma, a OMS afirma que níveis de mercúrio entre 10-20 mg g-1 no cabelo de mulheres grávidas são suficientes para afetar o desenvolvimento do feto. Por outro lado, o mercúrio causa a paralisia cerebral. Ou seja, retardamento mental e distúrbios motores e mesmo paralisia de pernas e braços.
O perigo metilmercúrio (CH3Hg+) no ambiente
Se você acessar o post “A problemática do metilmercúrio” saberá que o metilmercúrio entra na cadeia alimentar humana pela ingestão de peixes ou pode ser absorvido pela pele.
O metilmercúrio é cerca de 100 vezes mais tóxico que Hg0 ou Hg2+.
Em princípio, os principais efeitos da contaminação por metilmercúrio são
- Irritabilidade
- Dificuldade de concentração
- Perda de memória
- Apatia
- Baixa estima acentuada
- Infecção crônica que pode progredir para câncer
Agora, se você acessar o post “Mercúrio – Cenas de contaminação” vai ver como as pessoas ficam quando estão contaminadas por metilmercúrio. Sem sombras de dúvidas o símbolo da contaminação por mercúrio é a cidade de Minamata no Japão. Para você ter uma ideia da gravidade da contaminação por mercúrio em Minamata que foi feito um tratado global chamada Convenção de Minamata (tratamos disso no post “A convenção de Minamata em Mercúrio”). Dessa forma, você pode verificar que muitas decisões foram tomadas, por exemplo
- Proibir a exploração de novas minas de mercúrio
- Eliminar progressivamente as minas de mercúrio em funcionamento
- Medidas de controle sobre emissões atmosféricas de mercúrio
- Regulamentação internacional da mineração de ouro.
Perigo do mercúrio na Amazônia
A primeira vez que se detectou mercúrio na Amazônia foi em 1985 quando o pesquisador francês Cousteau encontrou peixes com altas concentrações (veja lá no post “O mercúrio está poluindo a Amazônia legal”). Mais recentemente, uma quantidade enorme de balsa tomou conta do rio madeira na busca de ouro. Movimento que foi dizimado pela polícia federal do Brasil.
Só para ter uma ideia pesquisadores do IPEN, ao estuda uma região do garimpo no Amapá constataram que todas as mulheres da região de Vila Nova estavam com níveis altos de mercúrio no corpo. Além do Amapá praticamente toda a região Amazônica possui peixes com altos níveis de mercúrio.
Os dois lados da mesma moeda
O que apresentamos aqui é o que acontece com muitas descobertas ao longo da história humana. Ou seja, inicialmente todo mundo se entusiasma. Depois de algum tempo, começam as descobertas do lado ruim. No caso do mercúrio não foi diferente, inicialmente o homem o considerou a salvação de tudo.
Mesmo porque, na história do mercúrio existe os alquimistas que gostavam de experimentar de tudo na buscar do elixir da longa vida, bem com a transmutação de substâncias em ouro.
Acredito que você com a pequena amostra que colocamos aqui percebeu que o uso do mercúrio deve ser abolido da humanidade. Por outro lado, a grande questão é que ele ainda é muito usado. O seu preço no mercado muito baixo e facilidade aquisição torna a exploração do ouro muito acessível para todo mundo.
Dessa forma, o mercúrio se espalha no meio ambiente e chega aos peixes. Assim, no caso da Amazônia que tem o peixe como praticamente a única fonte de proteína a contaminação por mercúrio já é uma realidade.
Não sabemos quando iremos ter caso de mal de Minamata na Amazônia, mas temos a certeza de que estamos bem perto de ter uma grande contaminação. Portanto, não sabemos que a exploração do ouro vale a pena sob os riscos à saúde de quem habita a Amazônia.
Divulgue este post com certeza teremos mais pessoas conscientes dos riscos do mercúrio na Amazônia e no mundo. Valeu
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